Na Psicologia Infantil a palavra MEDO surge com frequência. Em muitas consultas o medo aparece como o motivo principal, noutras surge como motivo secundário, mas quase sempre os medos estão presentes na infância.
Na verdade, os medos na infância são normativos e por isso expectáveis a partir dos 3 anos, de uma forma mais persistente e elaborada. Os medos mais frequentes são o medo do escuro, medo de se separar dos pais quando ficam na escola, medo de animais, medo do desconhecido. Por outro lado, os medos também surgem muitas vezes ligados a variáveis mais internas como o medo de falhar e medo da crítica, medos normalmente associados por parte da criança a uma baixa auto-estima e baixa auto-confiança que dificultam momentos de avaliação ou de desempenho nomeadamente na escola, gerando ansiedade.
No entanto, o medo não é sempre mau. Pelo contrário, o medo é muitas das vezes amigo. Há medos que nos protegem, como por exemplo, ter medo de um leão ou medo de atravessar a passadeira sem olhar. Na verdade, é o facto de ter medo que nos leva a agir com responsabilidade e sensatez e, por isso, a prevenir situações de risco para nós e para os outros. Estes medos são saudáveis!
O medo só se torna um problema quando é descontextualizado, exagerado e não oferece perigo real. Muitas crianças sentem medos de forma intensa por situações que não representam essa necessidade de resposta. Nessas situações é muito importante que se sente com o seu filho e oiça os seus medos. Não os desvalorize! Com calma, ajude-o a pensar o que aconteceu de todas as vezes que temeu algo. Efetivamente o medo revela-se mentiroso com frequência, visto que, por norma, nunca acontece algo de significativo que o justifique. Raramente acontece o que a criança teme (exemplo, medo de fantasmas). No entanto, para a criança ele é bastante importante e torna-se necessário criar uma base de segurança para os enfrentar e ultrapassar.
Se um medo intenso e desproporcional à realidade estiver a afetar o seu filho de forma constante consulte um Psicólogo. Os medos são transitórios, mas quando não são tratados de forma eficaz podem internalizar desenvolvendo ansiedade e insegurança em adulto. Em consulta, o seu filho irá aprender a delinear um conjunto de estratégias de reestruturação de pensamento, estratégias de enfrentamento, relaxamento e uma maior confiança em si próprio.
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