Saber gerir as emoções de forma apropriada é uma das tarefas mais complicadas da vida. Muitas das vezes essa dificuldade é transversal a adultos e crianças.
Controlar as nossas emoções requer disponibilidade, dedicação e treino. Ajudar o seu filho a ganhar capacidade para controlar os seus sentimentos permite que ele saiba lidar melhor com situações de stressou adversidade, possibilita que evite conflitos, que expresse as suas emoções de forma positiva e que ele próprio se sinta melhor através de sentimentos de auto-eficácia.
Desta forma, deixo algumas sugestões:
– Ensine o seu filho a focar a atenção em algo externo ao problema, como a paisagem, objetos, boas recordações ou mesmo através de exercícios mentais, como por exemplo contar até 10 (ou 50…). Deixar passar algum tempo ajuda a que se consiga acalmar. O seu filho poderá também aproveitar para se distrair com algumas atividades de que gosta, ocupando a mente e o corpo;
– Desenvolva no seu filho uma atitude positiva e um espírito otimista. Desperte nele o lado bom das coisas, uso o sentido de humor. Se o seu filho se sentir bem consigo próprio e com o mundo, mais dificilmente se irá envolver em conflitos;
– É importante incentivar a partilha do problema com os pais e/ou professores, pensar em conjunto em várias formas de resolver o problema e analisar as vantagens e desvantagens de cada solução. A isto se chama escolhas ponderadas que devem ser estimuladas;
– Encoraje-o a aceitar a sua responsabilidade nos problemas e conflitos. De facto, raramente a culpa é só de uma pessoa. Perceber que também não agiu bem, contribui para se resolva mais rapidamente a situação e torna-o mais responsável, resiliente e mais forte emocionalmente;
– Face ao problema ou conflito, podemos também incentivar que o tente ver de forma diferente, uma vez que estamos a contribuir para a flexibilização do pensamento e, muitas das vezes, para o desaparecimento do desentendimento. Há situações que à primeira vista parecem más mas que com uma abordagem ou perspetiva diferente podem deixar de o ser;
– Por último, ajude o seu filho a inspirar e expirar com calma em momentos de stress, facilitando também algumas formas de relaxamento que lhe possam fazer sentido, como por exemplo uma peça de teatro ou um passeio de bicicleta.
Não existem chaves secretas e, acima de tudo, não existem estratégias universais, o que significa que deverá ajudar e avaliar com o seu filho as melhores ferramentas de controlo emocional. Dependerá sempre da criança e da situação.
Lembre-se, no entanto, que será uma grande aprendizagem para eles, dado que as birras e a dificuldade na gestão emocional são inerentes ao desenvolvimento, o que significa que será necessário muita disponibilidade da sua parte, dando igualmente o exemplo.