Tem sido cada vez mais frequente os pedidos de ajuda relativos a um estado emocional limite devido a problemas no trabalho. Ao avaliar, percebemos que em alguns casos a pessoa poderá estar em burnout.
O que é o burnout?
Esta problemática surge quando a pessoa se sente frustrada ou defraudada pela ausência de recompensas (esperadas) aquando da sua dedicação, motivação e investimento a uma causa, trabalho ou empresa. Por outras palavras, falamos de uma exaustão física, emocional e psicológica fruto do envolvimento em situações emocionalmente desgastastes no trabalho.
O que acontece na prática?
É recorrente nestes contextos de trabalho verificarmos por um lado más relações entre colegas e por outro, uma depreciação do trabalho desenvolvido pela pessoa.
Confrontar-se com a não apreciação do seu trabalho irá gerar sentimentos negativos em relação ao contexto de trabalho e, eventualmente, em relação a si, colocando-se por vezes em causa com sentimentos de fracasso.
Quem é afetado?
Quando alguém entra para uma empresa com foco, objetivos, empenho, dedicação e vê a médio/longo prazo que o seu trabalho não é apreciado poderá ter uma maior predisposição para desenvolver burnout. Ainda assim, independentemente da atitude profissional, o stress profissional poderá atingir quem sente que o seu trabalho não é reconhecido, perdendo o sentido daquilo que executam.
Quais os sintomas?
A fadiga, sensação de esgotamento, dores de cabeça e nos músculos, alterações de peso, desregulação do sono, e problemas gastrointestinais são frequentes.
Em termos emocionais, sensações de fracasso e desilusão, falta de esperança, falta de significado no seu trabalho, são recorrentes podendo levar à depressão.
Registam-se igualmente mudanças de atitude no trabalho, adotando cinismo e atitudes negativas face ao mesmo, ao meio envolvente, chefia e colegas.
Quais as consequências?
Tudo isto se representa numa bola de neve, dado que por sua vez, novos atritos vão surgir no local de trabalho e a pessoa sente-se cada vez mais isolada.
Tende igualmente a criar-se um ambiente de desconfiança, menos tempo de permanência no local de trabalho e menor rigor na execução das tarefas. O desejo de mudança é inevitável.
Muitas das vezes, a vida pessoal fica também comprometida, dado que a mesma passa a funcionar como escape e, desta forma, poderá existir repercussões nas relações familiares.
Como tratar?
Existem vários mecanismos a ativar, sempre que possível, na organização, grupo e na pessoa.
Em consulta, torna-se importante ajudar a pessoa a tornar esta experiência fonte de crescimento pessoal, avaliando o problema, identificando os recursos para lidar com ele e desenvolvendo competências pessoais e de apoio social, de forma a melhorar as condições do trabalho.
Quanto à equipa, é importante que seja apoiante técnica e emocionalmente, num coerente nível de exigências.
Já na empresa é essencial que sejam criadas condições saudáveis de trabalho e que haja um reconhecimento dos aspetos positivos da atividade profissional da pessoa.
Se de alguma forma se revê, identifica ou deteta pequenos sinais em si, não deixe de pedir ajuda psicológica. É essencial intervir para garantir e preservar a sua vida pessoal e profissional.