A motivação é essencial para atingirmos todos os objectivos a que nos propomos no nosso dia-a-dia. É o nosso motor de acção, nesta estrada que é a vida.
Como não podia deixar de ser, a motivação é essencial quer para o início quer para a evolução do processo psicoterapêutico, uma vez que sem a mesma é extremamente complicado, senão impossível, prosseguir com a intervenção. Assim, esta poderá ser vista como o ‘botão start’ que permite que o paciente tome a decisão consciente de começar um processo terapêutico e será a mesma que permitirá que este se mantenha em terapia, podendo ser vista como o ‘botão move on’, portanto deverá ser um aspecto a que o terapeuta deverá dar total e permanente atenção, assim como investimento, até porque só fortalece a aliança terapêutica, essencial para desenvolver todo o trabalho terapêutico.
Muitas vezes me questionei enquanto terapeuta ‘Como poderei motivar um paciente? Ou fazer com que o mesmo se sinta motivado o suficiente perante os obstáculos que irá encontrar em terapia?’ ou, colocando-me na ‘pele’ do paciente reflecti, algumas vezes, sobre a força de vontade que é necessária ter para estar ali com um ‘perfeito desconhecido’ e ter a coragem de ‘deixar’ que este entre no seu ‘mundo’, tentando ganhar a sua confiança, e conseguir contar o que o preocupa ou, mesmo, de continuar ali em terapia quando não tem resultados imediatos, tantas vezes, tendo essa insurgência pelo modelo médico que abunda na sociedade hoje em dia.
Assim, é preciso compreender que a motivação é um aspecto fundamental em terapia, mas é necessário ter em consideração que esta não é um processo estático e flutua ao longo da terapia. Frequentemente, os pacientes não têm esta noção e acham que se têm de manter sempre motivados. Quando a motivação por momentos se esvai podem sentir que estão a perder ‘o norte’. É importante saber que a sua motivação também dependerá tanto de factores externos como internos, que não pode controlar sempre, e que não esteja a tomar em consideração. Ao contrário do que possa pensar, estas flutuações na motivação, fazem parte do processo de mudança pelo qual está a passar. Não é fácil sair da ‘concha’, da nossa zona de conforto, e estarmos permanentemente motivados com todas as mudanças pelas quais passamos e que, muitas vezes, não são fáceis de gerir. Pesar os prós e os contras que uma mudança envolve, pode tornar-se num processo angustiante, embora necessário, e é nesses momentos que, por vezes, a motivação diminuiu drasticamente, colocando tudo em causa. É importante ter consciência, tolerar e aceitar esses momentos, para conseguir alcançar força suficiente para continuar a lutar por si.
É importante ter consciência, tolerar e aceitar esses momentos, para conseguir alcançar a força suficiente para continuar a lutar por si.