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Como gerir o pânico – Testemunho

“Inicialmente sentia-me debilitada pelos ataques de pânico, o que suscitava em mim um receio constante de voltar a passar pela mesma situação. Ao iniciar a terapia foi possível compreender desde logo que ninguém morre por causa de um ataque de pânico, o que contribuiu para baixar os meus níveis de ansiedade em relação ao medo de perder novamente o controle.

No decorrer das sessões de terapia foi-me apresentado o processo que gera os ataques de pânico, a partir de um esquema sobre o ciclo do medo, com o qual aprendi que era necessário racionalizar de modo a evitar os ataques de pânico. Para tal não poderia deixar que os pensamentos catastróficos se apoderassem de mim, gerando os sintomas associados aos ataques de pânico. Ao mesmo tempo que fui aprendendo a compreender todo este processo, fui exposta a algumas situações que me provocaram agorafobia, nomeadamente andar de comboio, estar em locais fechados e com muitas pessoas, ir ao centro comercial, etc.

Ao longo do tempo aprendi a racionalizar e a controlar a minha ansiedade, tanto quanto possível, a partir de pensamentos racionais tais como sou saudável, sou capaz de me controlar, tenho de confiar em mim mesma. Para além destes pensamentos alternativos, percebi igualmente a importância da capacidade de abstração em situações que possam provocar mais ansiedade. Tais estratégias são fundamentais na medida em que permitem controlar os pensamentos catastróficos/irracionais e evitar que os sintomas associados à ansiedade se manifestem, gerando possivelmente um ataque de pânico.
Apesar de ser uma pessoa com personalidade ansiosa e deste factor fazer parte do meu quotidiano reconheço que, de facto, é possível controlar a ansiedade sem deixar que a mesma se apodere de mim e impeça que eu tire partido das experiências que a vida me vai proporcionando. Neste seguimento considero que as ferramentas e os conselhos que me têm sido fornecidos são bastante úteis, lógicos e eficazes no processo terapêutico que têm sido feito até então. No entanto, reconheço a necessidade de ponderar e trabalhar ainda mais estas questões, sobretudo fora das sessões de psicologia, para que a terapia realizada possa surtir efeitos positivos, contribuindo assim para uma vida com menos ansiedade.”

(Nota: Acompanhamento psicológico realizado por mim e publicação feita com consentimento da pessoa)

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