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A Nossa Sombra: podes fugir mas não te podes esconder

O que é certo ou errado? Desde muito novos que aprendemos aquilo que está certo e errado, o que é bom ou mau, o que gostamos e que não gostamos, mas principalmente, o que os outros gostam (aceitam) e não gostam (não aceitam). É logo em pequenos, que maturamos e, por vezes, sofremos castigos ou “raspanetes” quando fazemos algo de errado ou mau.

É neste processo que surge a nossa sombra, ela é criada e nasce, se me permite, ouvi uma comparação, pelo psicólogo Hugo Zagalo, que me parece um exemplo muito visual e explícito do que é a Sombra. A personagem dos filmes “Senhor dos Anéis”, o Sméagol. Durante os filmes ele debate-se entre o bem e o mal, sendo muitas vezes tomado por o desejo incontrolável de obter o anel, de vingança, de ciúme e inveja.

Muitas vezes, a nossa própria Sombra, segundo o psicólogo Carl Gustav Jung, é um lado nosso repleto de desejos reprimidos, traços de personalidade ou sentimentos que não gostamos, principalmente porque percecionamos que o outro não vai gostar ou aceitar.

A questão que intromete constantemente é… E como lidar com estes pensamentos intrusivos, “errados”, mas ao mesmo tempo tão irresistíveis? É o não olhar para a Sombra que fará com que ela deixe de nos perseguir? Ignorar? Com certeza apelativo, mas de todo, racionalmente, pouco eficaz.

A Sombra só desaparece, na realidade, quando a iluminamos, quando o sol está totalmente por cima de nós e aí sim, ela deixa de estar atrás de nós ou à frente e passa a estar integrada num todo! Claro, retomando ao exemplo do Sméagol, também não vamos querer acender um alofone na sua direção, ele não ficará com medo e esconder-se-á?

Por vezes, o tornar consciente aos poucos, o compreender que a Sombra existe (sem que isso signifique que temos de ter medo dela), aceitá-la e acolhê-la como uma parte de nós. Quando a compreendemos e aceitamos, permite que ela deixe de ter tanta força (porque não estamos ativamente a tentar evitá-la, e sejamos sinceros, evitar exige uma grande atenção, esforço e reforço) e talvez, isto (o seu conhecimento) seja só parte de um bonito e longo percurso de autoconhecimento e amor próprio!

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