Ao longo da vida, enfrentamos momentos de maior exigência emocional, como situações de stress, mudanças ou perdas. Contudo, nem sempre conseguimos reconhecer ou expressar o impacto dessas vivências de forma consciente. Quando as emoções não encontram espaço para serem acolhidas, reconhecidas ou expressas, o corpo tende a manifestá-las através de sintomas físicos. Este fenómeno é conhecido como somatização.
A somatização pode aparecer de formas muito diferentes: dores de cabeça, fadiga persistente, tensão muscular, problemas gastrointestinais, sensação de falta de ar, insónias, entre outros. No entanto, somatizar não significa que os sintomas não existem, eles são reais, somente não têm uma causa orgânica identificada.
Infelizmente, é comum a desvalorização destes sinais ou a procura de respostas apenas no corpo, ignorando a dimensão emocional. Ignorar este tipo de manifestações pode levar ao agravamento dos sintomas e intensificação do sofrimento.
Reconhecer que a nossa saúde mental e física se influenciam mutuamente é fundamental para o autocuidado. Neste sentido, se sente que algo não está bem, mas não consegue identificar o quê, talvez seja o momento de procurar ajuda. Contrariamente à ideia ainda enraizada de que apenas situações graves justificam procurar acompanhamento psicológico, é importante reforçar que todas as pessoas podem beneficiar de apoio, independentemente da fase de vida em que se encontram. Procurar apoio psicológico não deve ser visto como um último recurso. Pelo contrário, é um ato de responsabilidade, de autocuidado e de coragem.
Estar atento aos sinais do corpo é essencial para cuidar da mente.