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Fome Emocional !

Quem nunca comeu algo por recompensa do seu dia “longo e difícil”  apenas porque “merece” ou em momentos mais ansiosos e de stress?

Quem nunca se refugiou emocionalmente na comida ou continuou a comer mesmo após sentir-se saciado?

Já ouviu falar de fome emocional?

A fome emocional caracteriza-se pela ingestão excessiva (ou não) de determinados alimentos, com o intuito de amenizar e escapar às suas próprias emoções. Este é um comportamento alimentar que visa regular as emoções negativas de um indivíduo, nomeadamente o stress, a sintomatologia depressiva e a ansiedade.

Normalmente, em indivíduos com fome emocional, verifica-se uma súbita carência de ingerir um alimento prazeroso, consequentemente, uma preferência por alimentos baixos em nutrientes, ricos em gorduras saturadas e açúcares refinados que contêm propriedades altamente aditivas. Além disso, esta necessidade imediata parece não ter fim.

Estes episódios podem evoluir para um descontrolo alimentar, como a compulsão alimentar, em que a vontade de comer ainda que se sinta enfartado, permanece, evoluindo para uma sensação de indisposição física. Deste modo, existe um maior risco de perturbações alimentares como anorexia nervosa e/ou bulimia nervosa ou, até mesmo, problemas de saúde como diabetes, obesidade, entre outras.

Ora, existe uma grande diferença entre a fome emocional e a fome física. Reconhece a fome física? Isso mesmo. A fome física encontra-se no polo oposto à fome emocional e concentra-se numa das várias necessidades básicas da nossa vida: comer quando se está, efetivamente, com fome. Note que indivíduos nesta condição procuram por alimentos ricos em nutrientes e saudáveis que saciem, verdadeiramente, como uma refeição principal que fornece energia ao nosso corpo, a fim de se manter ativo no dia-a-dia.

A fome emocional, a restrição alimentar e compulsão alimentar, mais as emoções autoconscientes negativas como a culpa e a vergonha, estão de “mãos dadas”, sendo estas as principais emoções associadas à patologia alimentar.

Um indivíduo em restrição alimentar e, após um episódio de fome emocional e/ou compulsão alimentar, poderá sentir culpa e/ou vergonha pelo seu comportamento. De modo a contornar este episódio, para si, embaraçoso, o indivíduo realiza comportamentos de foro disfuncional como purgações, toma de laxantes ou realização de exercício físico excessivo, funcionando como fatores de risco de perturbações alimentares.

Consegue adivinhar quais as populações de maior risco para o desenvolvimento de comportamentos e perturbações alimentares? Se disse “mulheres” e/ou “adolescentes”, acertou.

É de enorme importância o conhecimento acerca da nutrição bem como a aquisição de autoconhecimento e auto estima, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e, consequentemente, prevenir comportamentos alimentares disfuncionais.

Escrito por: Mª da Graça Borges de Castro

 

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