Er.rar
verbo
Enganar-se em; não acertar com; não dar em; não dar com; perder-se em.
Quantas vezes já errámos? Quantas vezes nos permitiram errar? Quem gosta de errar?
Desde cedo da nossa infância, na família e na escola que é valorizado o certo. E ainda bem, obviamente que reconhecer e elogiar o “certo” é tão importante como o próprio errar… Mas, quando se erra, surge por vezes um riso ou gozo, ou até o adulto que se indigna “Como é que ainda não sabes?”. Consequente a estes tipos de comportamentos, o erro pode diminuir de facto, porque a tendência pode ser a de deixar de responder, para não errar. Contudo, assim também não se acerta e mais complexo ainda em última instância não se aprende…
É fundamental tentar promover a tentativa em si e até o erro, pois aí abrimos caminho para desenvolver novas competências, tais como: criatividade/imaginação, tolerância à frustração, raciocínio lógica, persistência, reflexão e autoconfiança!
No tema erros, vale a pena refletir que somos história, que temos a nossa própria experiência de vida e circunstâncias e meios onde fomos estando inseridos, dependendo da educação e mágoas ou até traumas que nos influenciam…apelarmos à empatia e compaixão pode tornar-se imprescindível no processo de pôr o erro no nível mais consciente.
E enquanto pais, erramos? Claro! Ou porque gritámos mais do que devíamos, ou porque tomámos decisões injustas…
Não há problema em assumir a um filho que errámos, aliás, terá muitos benefícios pedagógicos!
Errar permite:
– Experienciar emoções difíceis para potenciar lidarmos com elas;
– Pedir desculpa;
– Mudar comportamentos;
– Pensar sobre o que correu mal;
– Ensinar aos mais novos os conceitos de “certo” e “errado”.
O que podemos dizer quando erramos enquanto pais?
“Desculpa”
“Fui injusto”
“Vamos resolver a situação”
“Estava zangado e não pensei em tudo o que devia, fui impulsivo”
“Cometi um erro”
“Lamento ter-te magoado”
“Percebo que possas ter ficado magoado comigo”
– É importante valorizar o esforço e persistência e não só o resultado, mesmo quando se erra;
– Os adultos (sobretudo enquanto cuidadores e educadores) servem de modelo da forma como arriscam e gerem o erro;
– Podemos relembrar os mais novos que o erro deve ser evitado. Porém, é fundamental o reforço de que, depois do erro, temos quase sempre oportunidade de corrigi-lo, melhorá-lo ou não voltar a errar;
– Quando o adulto “modelo” erra com os filhos ou outro elemento da família (ex. situação de injustiça) deve sempre pedir desculpa e tentar corrigir o seu erro;