Os pais…são pessoas!
Todos temos pontos de ruptura, uma linha limite para lá da qual não nos responsabilizamos por quase nada ou por nós mesmos. Este ponto é variável de pessoa para pessoa e de momento para momento. Depende normalmente do carácter, da paciência, do nível de stress, cansaço e se a situação ou problema já se arrasta há muito tempo.
Devíamos ter um alarme pré-aviso, que sinaliza-se está prestes a “verter para fora” após o nosso ponto de ebulição. Se por exemplo um pai estiver habituado a gritar, a zangar de forma dura ou até dar uma palmada, pode começar a ser espetador atento do momento em que por norma costuma partir para esses tipos de comportamentos ou o que é que normalmente os origina.
Alguns pais são do género “panela de pressão”, acumulam, deixam a pressão subir e explodem ser por vezes os filhos estarem à espera, outros deixam desde cedo o aviso de explosão. Pensemos qual o nosso limite, qual o sítio no qual o retrocesso de explosão será possível, minimizando os estragos e estilhaços.
Caso não consiga ir a tempo de chegar aos limites, saibamos que o ideal é primeiro tentar acalmar à medida dos gostos de cada um, como forma de balão de oxigénio e resgate. Gosto de fazer este paralelismo na parentalidade com a analogia do avião. Em caso de despressurização ou acidente, os tripulantes dão nos a instrução/treino de que primeiro colocamos nós (pais) a mascara e só depois a colocamos aos nossos filhos…claramente não se trata de um gesto egoísta ou auto centrado mas, antes sim, de priorizar o que é essencial – a regulação emocional dos pais, para depois poder vir a dos filhos.
Um pai muito zangado ou descontrolado emocionalmente não “educa”. Ninguém com raiva ou com cortisol (hormona do stress) em níveis muito elevados é muito sensato …