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O fim de uma relação como processo de Luto

Admitir que uma relação terminou é um processo longo e difícil de gerir. É-nos complicado desistir de algo no qual colocámos tanto esforço e investimento de tempo e energia. Quebrar os hábitos e as rotinas que costumávamos ter com aquela pessoa e apagar as memórias existentes, não é algo que se faça ‘do dia para a noite’. Surgem sentimentos de desamparo, desespero, tristeza, fúria, culpa, rejeição, etc. Todas estas dificuldades tornam o divórcio num longo processo que se inicia muito antes de se falar na separação e se pode prolongar para além do divórcio oficial/legal.

Deste modo, para Wiseman, o divórcio pode ser visto como um processo de luto com várias fases:
Negação
Os elementos do casal afirmam que a adaptação à vida conjugal é satisfatória, apesar dos problemas ou admite a existência de dificuldades graves mas atribui-as a fatores externos (e.g., problemas económicos, filhos);
Perda e depressão
– Tomada de consciência da gravidade dos problemas conjugais e da urgência de lidar com os mesmos;
– Reação semelhante à de uma perda significativa: luto, depressão, solidão, incapacidade de comunicar com os outros;
– Se os elementos do casal forem incapazes de comunicar de forma positiva acerca destes sentimentos, a relação irá provavelmente terminar.
Raiva e ambivalência
– À medida que o divórcio se torna uma opção cada vez mais realista, os sentimentos de raiva aumentam;
– A raiva ocorre normalmente quando se têm que tomar decisões relativamente à custódia dos filhos ou outras questões práticas;
– Sentimentos de ambivalência/tentativas de reconciliação;
– Se a aceitação do divórcio não ocorrer nesta fase, a adaptação às fases seguintes irá ser dificultada.
Reorientação do estilo de vida e da identidade
– Reaparecimento e desenvolvimento de questões de identidade não resolvidas, colocadas de lado durante o casamento e, consequentemente, o desenvolvimento de uma nova identidade nas áreas mais afetadas pelo divórcio: pessoal, profissional, social e sexual.

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