Setembro é um mês de recomeços. Volta-se ao local de trabalho, à escola, às rotinas. É um sentimento agridoce. É bom voltar pelo conforto que isso nos traz, mas, com isso, vêm os pontos de interrogação “e como vai ser este ano?”, “será que vou conseguir…?”. É o viver na expetativa de um novo ano e de novas responsabilidades e desafios e, por outro lado, o medo, o desconhecido.
É muito comum os inícios serem tormentosos. Primeiro porque construímos ao longo da nossa existência uma série de crenças que regem os nossos pensamentos e corrompem as nossas expetativas. E como é que é possível não ter expetativas quando somos bombardeados com padrões sociais ou receitas miraculosas para o sucesso? A sociedade incute-nos a ideia que para sermos aceites, temos de ser os melhores, no trabalho, na escola, nas relações sociais e amorosas, na comunidade. Mas, e se não tivesse de ser assim?
Aprende a dizer: relaxa. Se as coisas não decorrerem como esperares não há mal. O importante és tu, aquilo que tu és, a tua essência. Aprende a amar-te como és. Lembra-te do que te faz feliz e sê quem queres ser. Vive no presente porque o futuro não te compete decidires. O sucesso constrói-se na base da tua essência e não daquilo que os outros consideram que é o mais aceitável. Aceitação é a palavra de ordem. Aceita os teus pensamentos que trazem estas dúvidas e receios, assim como as emoções que lhe estão associados. Aceita até que não possas corresponder aos parâmetros que te colocas/colocam. Mas, aceita algo ainda mais importante: que não tens de viver submerso numa cultura que te impõem.
O segredo é relaxar, desfrutar e seguir caminho, com as ferramentas que tens e que vais coletando ao longo da vida. E não, não há um prazo, uma idade, uma “fase” certa para saberes fazê-lo. O bem-estar é uma aprendizagem mas que exige prática. As emoções positivas praticam-se e, com ela, vêm os estados de bem-estar psicológico e físico. Quando praticamos tais emoções, geramos oxitocina e opióides endógenos que acalmam as emoções negativas, nomeadamente, quando ativamos o circuito relacionado com o cuidar. No simples abraço de um amigo de longa data ou da prática da auto-compaixão, libertam-se químicos que ajudam a atenuar a dor, confortam as emoções negativas e reduzem a angústia.
E que tal abraçarmos Setembro e deixarmos o que não interessa de lado? Aceita-te e cuida-te e confia. Tudo vai dar certo.
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