Já lhe aconteceu estar triste ou ansioso(a) e apetecer-lhe comer um alimento calórico, como um chocolate? Pois bem, quando isso acontece não significa que tenha realmente fome, mas poderá sim estar a tentar compensar essa emoção negativa com uma experiência reconfortante, uma vez que costumamos associar a comida como algo que nos traz prazer. Desta forma, costumamos pensar "tive um dia tão mau que mereço compensá-lo com este chocolate!".
Este processo denomina-se de “fome emocional”.
Mas como é que isto se explica?
Estudos têm demonstrado que em situações de stress psicológico existe o aumento da produção de cortisol (hormona que ativa as respostas do corpo em situações de emergência), o que faz aumentar a segregação de insulina e dos níveis de leptina. Quando o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal é ativado, surge a procura por alimentos calóricos. Desta forma, a ingestão de alimentos de teor calórico (gorduras, açúcares) gera respostas afetivas positivas através da dopamina, proporcionando a sensação de prazer.
Como diferenciar a fome emocional da fome física/fisiológica?
A fome emocional carateriza-se pelo seu caráter impulsivo e costuma surgir de forma repentina, descrevendo-se por uma sensação de insatisfação, mesmo depois de comer e já estando cheio. Costuma vir acompanhada de sentimentos de culpa e de vergonha, logo após a ingestão do alimento prazeroso e reconfortante.
Pelo contrário, a fome fisiológica carateriza-se por surgir de forma gradual, sendo que qualquer alimento serve para saciá-la, e costuma provocar pistas físicas (como sons provenientes da barriga), estando localizada no estômago.
Cuidados a manter
Este tipo de comportamentos pode estar associado a perturbações de ansiedade e do comportamento alimentar (como por exemplo a perturbação da ingestão alimentar compulsiva), sendo necessário procurar a ajuda de profissionais especializados nestas temáticas.
A ingestão alimentar pode ser vista, assim, como uma estratégia para mascarar o stress, melhorar o humor negativo ou escapar à própria consciência pessoal.
Contudo, lembre-se: apesar da comida trazer um conforto momentâneo, ela não resolve problemas, o que significa que eles continuarão… Portanto, o primeiro passo para a intervenção será o de identificar quais são as situações que despoletam este tipo de fome, para conseguir controlá-las.
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