O amor é algo efetivamente difícil de definir e compreender. Claramente tem razões que a razão desconhece. O amor é exatamente o oposto à razão, uma vez que é uma emoção. O desafio é tentarmos equilibrar estes dois pratos da balança, o que por vezes se torna difícil. Há momentos em que temos que ser emocionais e deixarmos o sentimento falar. Por sua vez, há outros em que é importante pensar “com a cabeça”, avaliar de forma prática e racional, já que o amor, o sentimento nos tolda muitas vezes a visão. O amor é também uma idealização e nem sempre aquilo que amamos é real, mas sim uma construção nossa.
Por vezes surge a oportunidade de regressar a um antigo amor, e questionamo-nos se o devemos fazer, e em que condições. No amor não há regras, há emoções e vontade de ser feliz. Podemos perfeitamente voltar a um antigo amor, sobretudo quando foi bom, quando deixou em nós um sentimento positivo, quando continua a fazer sentido ou quando voltou a fazer sentido. É mais perigoso voltar a um ex-amor quando o mesmo terminou por incompatibilidades, deslealdade ou desrespeito. É importante avaliar as razões pelas quais não deu certo na altura e tentar entender se as mesmas continuam presentes e farão as coisas não resultar novamente.
As razões para voltar a um antigo amor podem ser muitas, por exemplo o conforto daquilo que já conhecemos pode ser um grande motivo, assim como o desconforto em abraçar novas relações por medo do desconhecido. Há ainda o perseguir de um projeto de vida, de um sonho, de algo que um dia idealizamos com aquela pessoa. Assumir que se falhou num projeto (mesmo que amoroso) a que nos propomos é algo com que temos dificuldade em lidar. Por vezes continuamos a tentar apenas por “teimosia e orgulho”. Há ainda outra razão de peso. É que os amores não concretizados tornam-se eternos. A ideia do que poderia ter sido se tivessem ficado juntos pode permanecer uma vida inteira e é capaz de nos levar a cometer as maiores loucuras. Esta ideia faz-nos criar sentimentos de grande expetativa e desejo de reencontrar a pessoa. Contudo, o reencontro, por vezes pode ser uma desilusão.
Quase sempre voltar ao passado implica perdoar velhas mágoas, pois habitualmente, as relações terminam por algum tipo de desentendimento ou incompatibilidade. Pode também terminar por deixarmos de amar, mas nestes casos é mais difícil voltarmos a equacionar um regresso. É muito importante avaliar as razões pelas quais se terminou, pois em alguns casos poderão ditar um novo término ou dificuldades no ajustamento.
É claro que há também casos em que o amor genuíno prevalece e faz as coisas resultarem mesmo passados muitos anos. Há casos em que as pessoas dão voltas mas acabam por voltar à mesma relação porque o sentimento é forte. Gostar de alguém implica muitas vezes perdoar, dar oportunidades e tentar novamente.
Sempre que reatamos uma relação é importante compreender o que correu menos bem, para que os mesmos erros não sejam repetidos. É preciso também estar aberto, recetivo e de alguma forma deixar no passado o que é do passado e viver esta relação no presente.
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