O Mutismo Seletivo, categoriza-se como uma Perturbação de Ansiedade da Infância e manifesta-se pela ausência de comunicação verbal em situações específicas (e.g. escola ou situações sociais particulares, etc.) onde seria esperado que a criança o fizesse. A ausência de comunicação verbal é apenas observada em determinados contextos e está normalmente associado à presença de indivíduos e/ou situações não familiares e não a dificuldades de linguagem. O discurso normativo, deve estar presente em, pelo menos, um contexto (e.g. casa).
Relativamente à faixa etária, esta perturbação manifesta-se com maior frequência entre os 3 e os 8 anos de idade, surgindo as queixas maioritariamente entre o final do pré-escolar ou no início do 1º ciclo.
Em termos neurodesenvolvimentais, a ansiedade sentida pela criança num ambiente estranho ou desconhecido, poderá ser normativa e até protetora em determinado momento. Contudo, no caso do Mutismo Seletivo, o funcionamento da criança é comprometido de forma significativa nos domínios pessoal, social e educacional. A não participação nas atividades escolares ou as dificuldades na interação social com os professores ou com os pares em sala de aula ou no recreio, torna os efeitos do Mutismo Seletivo prejudiciais, comprometendo a adaptação à escola bem como do rendimento escolar. Consequentemente, a autonomia pessoal também é influenciada pela incapacidade de expressar ao adulto as suas necessidades básicas.
No diagnostico comtempla-se o período de pelo menos um mês desta manifestação, excetuando o primeiro mês que a criança frequenta a escola pois presume-se que este, ainda faz parte do normal período adaptativo.
Algumas estratégias para lidar com as crianças:
- Evitar que os pares e adultos estejam constantemente a referir-se à criança como tímida ou utilizar expressões típicas como: “o gato comeu-te a língua”
- Reforçar formas alternativas de comunicação: desenhos, símbolos, gestos ou palavras;
- Utilizar o reforço quando houver um incremento da comunicação verbal ou das interações socias;
- Não tornar a criança alvo de atenção exagerada.
É muito importante realizar o diagnóstico precoce, que permitirá elaborar o perfil da criança e implementar a intervenção mais adequada.
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