TRANSE:
Uma das questões que se coloca em relação ao acesso à mente inconsciente e aos seus recursos é saber como fazê-lo. Isso é possível através do transe, pois é um estado de consciência com um foco de atenção interno. Quanto maior for o foco nesse mundo interior dos pensamentos e emoções, menor é a atenção dada ao mundo exterior. Quanto mais profundo for o transe, maior a profundidade daquilo a que se acede internamente. No limite do transe, a pessoa adormece. Deste modo pode-se afirmar que o transe não é um estado de tudo ou nada, de extremos entre o estar absolutamente consciente ou inconsciente. Ao longo do dia vai-se oscilando entre a observação da realidade interior e do mundo exterior, dependendo da atividade desenvolvida e da disposição. Oscila-se continuamente, entrando-se e saindo-se do estado de transe.
Se forem considerados os extremos do estado de transe profundo e de consciência plena, o sono corresponderá ao estado de transe profundo, em que o mundo exterior deixa de existir e em que o mundo interior dos sonhos parece ser absolutamente real.
Estes dois estados extremos não são nem bons nem maus em si mesmos, dependendo do que se estiver a fazer.
As pessoas que se encontram em transe parecem estar a dormir para quem os observa, mas a sua experiência subjetiva constitui uma forma de consciência interna. As pessoas em transe estão mais despertas para si mesmas. A imagem criada sobre o o hipnoterapeuta que controla e domina os clientes indefesos é pura ficção. A hipnose não pode levar alguém a fazer alguma coisa que vá contra os seus princípios morais ou contra o que para ele é importante. O transe e a hipnose são formas de ajudar as pessoas a descobrirem-se a si mesmas e a expressar-se melhor.
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