Provavelmente já ouviu falar de Burnout, mas afinal o que é, como se pode identificar e prevenir?
O Burnout, também conhecido como síndrome de esgotamento profissional, pode ser traduzido à letra como “queimar até à exaustão”. Acontece como resultado de uma resposta prolongada no tempo a fatores causadores de stresse no trabalho, motivado pelo desejo de ser bem-sucedido, de atingir determinada posição ou a permanência num trabalho desinteressante por falta de oportunidades. Esta síndrome atinge todas as faixas etárias e por isso também os trabalhadores jovens podem sofrer de Burnout. Também as exigências laborais consequentes da pandemia têm vindo a contribuir para casos de Burnout, principalmente nos profissionais de saúde. Chegar a um ponto em que parece que a nossa força e a nossa chama se extinguem, bem como a motivação e energia, acontece num longo processo que muitas vezes não conseguimos identificar, não antes de começarmos a ter contacto com algumas das suas consequências:
- Exaustão emocional e dificuldade em expressar emoções;
- Distanciamento e isolamento da rede social;
- Crenças e atitudes negativas em relação ao trabalho e ao contexto onde este acontece;
- Falta de envolvimento e desconexão;
- Diminuição da realização pessoal, perda de motivação, de ideais, de objetivos e de esperança;
- Redução da sensação de competência e do prazer antes associado à atividade profissional;
- Falta de confiança e sentimentos de fracasso.
Estas consequências têm um impacto negativo na vida pessoal, familiar e social e conduzem a sintomas físicos como: cansaço extremo, fadiga, dores de cabeça, dificuldades no sono, alterações no apetite, dores no corpo, desconforto intestinal e taquicardia.
A nível psicológico é comum que se desenvolvam sintomas de depressão e ansiedade e que se alterem comportamentos como resultado de uma maior irritabilidade, tensão e hostilidade. É frequente que exista dificuldade em focar-se, em tomar decisões e em manter a motivação. Em alguns casos uma situação de Burnout pode conduzir a comportamentos aditivos como consumo de substâncias ou medicamentos.
Por vezes é difícil para o próprio identificar uma situação de Burnout, por se tratar de um processo prolongado no tempo e existir a tendência e por vezes pressão das entidades empregadoras para “aguentar” a situação e considerá-la uma “fase mais stressante”. É por isso importante estarmos atentos também a quem nos rodeia e sabermos identificar estes sintomas para alertar quem possa estar a desenvolver uma situação de Burnout, de forma a dar-lhes apoio, compreensão e sobretudo incentivo para procurarem uma forma de gerir a situação.
Tal como tudo o que envolve a nossa saúde física e mental, o melhor caminho é a prevenção. Assim, aqui ficam algumas sugestões para evitar uma situação de Burnout:
- Se trabalha em equipa, delegue e peça ajuda;
- Invista na gestão de tempo e defina tarefas e momentos específicos para as realizar;
- Mantenha o seu local de trabalho organizado;
- Imponha limites durante a execução de tarefas importantes para não se distrair e poder completá-las;
- Faça pausas ao longo do dia para relaxar (alongamentos, beber chá ou café, conversar com um colega ou amigo);
- Aceite que por vezes surgem tarefas inesperadas como prioridades o que obriga a rever o seu dia e definir novos objetivos;
- Resolva as situações e problemas à medida que vão surgindo, evite procrastinar e adiar para não ter de lidar com várias situações difíceis ao mesmo temo, o que se torna mais stressante.
Caso identifique alguns sintomas ou consequências aqui descritas e considere que possa estar numa situação de Burnout peça ajuda de um profissional para avaliar a situação e trabalhar de encontro ao seu bem-estar.
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