As 'redes sociais' virtuais pressupõe que se conheçam pessoas mais facilmente, à distância de um click, e se amplie a rede de apoio e amizade na vida real. Mas será isto verdade?
Nas redes sociais virtuais existe uma proximidade voluntária, mas também involuntária e contacto repetido sem grande esforço. Portanto, a probabilidade de as pessoas se 'encontrarem' sem muito investimento é uma constante, pois a maioria dos contactos mantém-se online. Passa a ser previsível encontrar o outro à distância de um click, também porque não existe gasto de grandes recursos, pela utilização de mensagens instantâneas, especialmente o temporal. Desta forma a disponibilidade é aumentada, sendo a base das redes sociais e, talvez por isso, se tornem, de algum modo, viciantes. A receptívidade para iniciar e manter as relações com os outros, assim como a expectativa de encontros futuros é uma realidade. Assim, este tipo de interação permite uma conversa privada em tempo real com um 'amigo' e, simultaneamente, sentir-se parte de um grupo, satisfazendo, assim, duas das necessidades do ser humano, especialmente na adolescência.
Ainda, se inicialmente as conversas podem ser pouco profundas, o fator tempo é determinante, permitindo que gradualmente sejam feitas auto-revelações que não o seriam, possivelmente, face-a-face. Assim, este tipo de comunicação começa gradualmente a assemelhar-se à comunicação feita em tempo real, podendo, no limite, substitui-la.
Tendo por base estas considerações, compreende-se que se por um lado as competências sociais e a proximidade podem ser desenvolvidas com maior facilidade, por outro também é atrás 'destes ecrãs' que nos escondemos quando temos problemas que não conseguimos lidar na vida real. Apesar de a tentativa ser aliviar o que incomoda utilizando estes meios, as relações online não são a solução, visto que esta passa por uma relação mais satisfatória, de suporte e compromisso. Além disto, estas redes sociais também podem ser usadas para agredir um outro mais frágil, com maior facilidade e mantendo o anonimato, sendo amplamente conhecidos variados casos de Cyberbulying. Se este tipo de contacto virtual permite uma maior aproximação ao outro e, por vezes, até um aumento da auto-estima, também através dele se podem destruir auto-estimas e magoar, também, à distância e rapidez de um único click.
A comunicação não se faz só através da mensagem, ou seja, linguagem verbal. A linguagem não-verbal é extremamente importante quando passamos mensagens. Ora se não vejo o outro a mensagem que estou a tentar passar pode ser mal interpretada, pelo que este tipo de comunicação electrónica é deficitária e não deve ser usada por excelência, mas por complemento.
Na sociedade atual é frequente vermos mesas em cafés, bares e restaurantes cheias de pessoas a manobrar desenfreadamente os seus smartphones, acabando por não usufuir da companhia fisíca com a qual escolheram, na verdade, passar o seu tempo. Há que verificar esta discrepância, pois se por um lado as redes sociais vêm servir o propósito de facilitar contactos e comunicações, não as devem reduzir na vida real.
Aproveite o momento presente e usufrua das suas relações e do seu tempo em pleno. Conecte-se com as pessoas que estão à sua frente, olhe nos olhos, sinta o cheiro, ouça com atenção a sua voz, sorria, abrace e viva plenamente as suas relações de verdadeira amizade.
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