São cada vez mais frequentes os casos de ansiedade em consulta infanto-juvenil. O ritmo alucinante em que nós adultos vivemos é transmitido inevitavelmente para os filhos. Quantas vezes não acelerou já a rotina matinal porque estão atrasados, por exemplo?
Mas desengane-se se acha que o problema é só da vida dos adultos. A rotina imposta às nossas crianças e aos nossos adolescentes também é cada vez mais exigente, com aulas, estudos, atividades complementares, compromissos sociais, entre outros.
Para além do stress diário que pode gerar ansiedade, o seu filho também pode estar a desenvolver um traço ansioso na sua personalidade, que se traduz numa maior tendência para reagir com ansiedade às situações e compromissos.
Conheça algumas dicas que podem ajudar a lidar com a ansiedade do seu filho:
1. Ouça mais do que fale Tente perceber junto do seu filho o que ele está a sentir. É importante que aprenda a comunicar o seu estado emocional, para se habituar a exteriorizar emoções, ao invés de internalizar. Muitas vezes também acabamos nós próprios por antecipar sintomas ou situações que nem eram significativas para o seu filho e, desta forma, estamos a valorizar e a destacar ainda mais ansiedade, não é recomendável.
2. Garanta que ele está num local seguro e acompanhado
É importante que ele sinta segurança num momento ansioso e isso passa muitas vezes por estar com alguém de quem gosta e com quem tenha abertura para partilhar. Tente garantir um sítio tranquilo, longe de ruídos ou ambientes perturbadores.
3. Não valorize em excesso
O pior comportamento que podemos adoptar com alguém que está a viver um período de ansiedade é hipervalorizar. Por hipervalorizar subentende-se várias perguntas insistentes e repetitivas sobre o seu estado emocional. Este tipo de comportamentos tende sempre a aumentar os sintomas e, por sua vez, a gerar mais ansiedade no seu filho.
4. Ensine-o a respirar fundo
A respiração mais adequada para o funcionamento humano é a diafragmática, ou seja, respirar usando o nosso diafragma. É uma respiração reparadora que restabelece o equilíbrio emocional e que na maior parte das situações de stress não é utilizada.
5. Desmistifique o perigo e/ou a situação
O que justifica uma resposta emocional exagerada e desadequada à situação é a interpretação cognitiva disfuncional que fazemos do acontecimento. Tendemos a ver mais negativo do que na realidade é. Ajude o seu filho a desconstruir as suas ideias, fazendo-lhe ver como as coisas são na realidade.
6. Faça planeamentos
É muito difícil conseguir em simultâneo processar duas situações intensas. Deste modo, ajuda distrair o seu filho com atividades que ele gosta. Numa fase inicial, pode facilitar esse planeamento, mas tente cada vez mais incentivar a que ele próprio se reinvente em distrações prazerosas quando se sentir ansioso.
7. Reforce a confiança e seja optimista
Transmita-lhe confiança e optimismo. Reforce a sua auto estima e os seus sentimentos de auto eficácia. Ninguém fica permanentemente ansioso ou em estado de alerta, a angústia irá passar. Seja apoiante e positivo.
Quando a ansiedade acompanha o seu filho há demasiado tempo e em vários contextos, é importante ser avaliado em consulta de psicologia, de forma a perceber se estamos perante ansiedade normal ou ansiedade patológica, clinicamente significativa e, por isso, merecedora de intervenção psicológica.
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